Oficial solicitou a Chico Fraga apoio para assumir comando
Adriana Irion | adriana.irion@zerohora.com.br
Ao grampear os telefones de suspeitos de desvios em verbas na Grande Porto Alegre, a Polícia Federal (PF) gravou um dos investigados, o secretário-geral de Governo de Canoas, Francisco Fraga, recebendo do coronel Paulo Roberto Mendes um pedido de apoio para assumir o comando da Brigada Militar. A ascensão de Mendes ocorreu em junho, e o diálogo vem à tona em um momento em que ele está deixando o comando.
Na ligação, feita em abril, o oficial solicitava que Fraga intercedesse junto ao Piratini para garantir sua nomeação ao comando. À época, Mendes era subcomandante da corporação, e Chico Fraga, um dos 39 indiciados pela PF em outro inquérito, o da Operação Rodin.
O diálogo foi documentado com autorização judicial no contexto da Operação Solidária, que apura fraude em contratos de fornecimento de merenda escolar e de obras rodoviárias. Em 27 de maio, Fraga se tornou um dos 40 réus no caso Rodin, que investigou a fraude do Detran. Enquanto isso, Mendes estava prestes a assumir o comando. Teve seu nome confirmado pela governadora Yeda Crusius em 9 de junho.
Relatório em que a PF analisa os diálogos gravados reproduz o seguinte trecho: “Assim, no intuito de fortalecer seu nome, Mendes solicitou a Chico Fraga que fizesse articulações com algumas pessoas que pudessem influenciar na decisão da chefe do Executivo. Nesse sentido, solicitou o militar que Chico Fraga pleiteasse ao jornalista Políbio Braga a produção de matéria relacionada à invasão da fazenda Southall, aduzindo que o MST somente teria logrado êxito em função da ausência de Mendes, que se encontrava em viagem oficial. Chico Fraga recorreu também ao deputado Eliseu Padilha, o qual teria se comprometido a falar com a governadora”.
Transcrições integram relatório de operação
Um dos diálogos interceptados é entre Fraga e uma pessoa que supostamente poderia influenciar o jornalista Políbio Braga. Fraga sugere a publicação de nota afirmando que a invasão da fazenda só ocorreu porque Mendes não estava atuando naquele dia, 14 de abril. A nota foi publicada.
Transcrições e relatório da PF que expõem a relação entre Mendes e Fraga integram o inquérito da Operação Solidária que está na Justiça Federal, em Porto Alegre. Apesar de tramitar em segredo de justiça, o inquérito pode ser consultado por interessados, como advogados e investigados.
ZH teve acesso ao material pormeio de pessoas que o receberam no começo da semana. Os documentos estão sendo distribuídos a autoridades, especialmente na própria Brigada. Um dos que receberam o material foi o ex-comandante-geral da BM Nilson Bueno, sucedido por Mendes. Bueno confirmou a ZH ter recebido os documentos, mas não quis se manifestar sobre o teor. Ele fez contato com a PF e aguarda audiência na superintendência para buscar esclarecimentos sobre os documentos.
Fonte: Zero Hora
Ao grampear os telefones de suspeitos de desvios em verbas na Grande Porto Alegre, a Polícia Federal (PF) gravou um dos investigados, o secretário-geral de Governo de Canoas, Francisco Fraga, recebendo do coronel Paulo Roberto Mendes um pedido de apoio para assumir o comando da Brigada Militar. A ascensão de Mendes ocorreu em junho, e o diálogo vem à tona em um momento em que ele está deixando o comando.
Na ligação, feita em abril, o oficial solicitava que Fraga intercedesse junto ao Piratini para garantir sua nomeação ao comando. À época, Mendes era subcomandante da corporação, e Chico Fraga, um dos 39 indiciados pela PF em outro inquérito, o da Operação Rodin.
O diálogo foi documentado com autorização judicial no contexto da Operação Solidária, que apura fraude em contratos de fornecimento de merenda escolar e de obras rodoviárias. Em 27 de maio, Fraga se tornou um dos 40 réus no caso Rodin, que investigou a fraude do Detran. Enquanto isso, Mendes estava prestes a assumir o comando. Teve seu nome confirmado pela governadora Yeda Crusius em 9 de junho.
Relatório em que a PF analisa os diálogos gravados reproduz o seguinte trecho: “Assim, no intuito de fortalecer seu nome, Mendes solicitou a Chico Fraga que fizesse articulações com algumas pessoas que pudessem influenciar na decisão da chefe do Executivo. Nesse sentido, solicitou o militar que Chico Fraga pleiteasse ao jornalista Políbio Braga a produção de matéria relacionada à invasão da fazenda Southall, aduzindo que o MST somente teria logrado êxito em função da ausência de Mendes, que se encontrava em viagem oficial. Chico Fraga recorreu também ao deputado Eliseu Padilha, o qual teria se comprometido a falar com a governadora”.
Transcrições integram relatório de operação
Um dos diálogos interceptados é entre Fraga e uma pessoa que supostamente poderia influenciar o jornalista Políbio Braga. Fraga sugere a publicação de nota afirmando que a invasão da fazenda só ocorreu porque Mendes não estava atuando naquele dia, 14 de abril. A nota foi publicada.
Transcrições e relatório da PF que expõem a relação entre Mendes e Fraga integram o inquérito da Operação Solidária que está na Justiça Federal, em Porto Alegre. Apesar de tramitar em segredo de justiça, o inquérito pode ser consultado por interessados, como advogados e investigados.
ZH teve acesso ao material pormeio de pessoas que o receberam no começo da semana. Os documentos estão sendo distribuídos a autoridades, especialmente na própria Brigada. Um dos que receberam o material foi o ex-comandante-geral da BM Nilson Bueno, sucedido por Mendes. Bueno confirmou a ZH ter recebido os documentos, mas não quis se manifestar sobre o teor. Ele fez contato com a PF e aguarda audiência na superintendência para buscar esclarecimentos sobre os documentos.
Fonte: Zero Hora
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