O Café Odeon é uma instituição de Zürich. É um bar, mas também serve brunchs e snacks durante todo o dia.
Foi inaugurado em 1911, e logo depois começou a ser um ponto de encontro popular dos boêmios locais.
Albert Einstein foi um regular frequentador quando era estudante na ETH e passava horas conversando com os amigos e escrevendo poemas para sua futura esposa Mileva.
Muitas das idéias científicas nasceram nas mesas do Café Odeon.
Lenin e Mussolini também foram frequentadores assíduos.
Zurique: Às margens do Limmat, gastronomia divide mesas com arte
Publicada em 07/07/2010 às 20h30m
Luisa Valle- IN: Globo
ZURIQUE - A capital financeira da Suíça abriga mais de cem galerias de arte, mas não é preciso entrar em nenhuma delas para ter acesso às obras de grandes artistas como Pablo Picasso ou Alberto Giacometti. Na realidade, basta reservar uma mesa no cultuado Kronenhalle, restaurante e bar próximo ao Rio Limmat, onde, além da boa comida, o cliente tem a oportunidade de jantar olhando para um quadro original de Joan Miró ou Marc Chagall, dois artistas que foram clientes assíduos do local - dizem que Chagall chamava Hulda Zumsteg, primeira dona do Kronenhalle, carinhosamente de "irmã" e estava sempre em seus aniversários.
Atualmente, o restaurante tem quase tantos suíços - não é incomum ver executivos jantando em suas mesas - quanto turistas, mas, durante a Segunda Guerra Mundial, Hulda e seu marido, Gottlieb, recebiam, além da nata de Zurique, muitos estudantes e artistas refugiados que se reuniam no local e comiam de graça s'Vorig vo de Riiche, ou os restos dos pratos servidos aos clientes ricos. Mais tarde, o filho do casal, Gustav Zumsteg, dono de uma fábrica de tecidos, foi o responsável por transformar o local em ponto de encontro para diversos estilistas como Coco Chanel, Balenciaga, Givenchy e Yves Saint Laurent.
Mesmo após a morte de seus donos, o Kronenhalle mantém uma aura de pompa. Além dos quadros, o atendimento é impecável, e os pratos são arrumados já no salão pelo garçom, em frente ao cliente. Além de opções internacionais, o cardápio oferece boas opções da culinária suíça como a Bratwurst acompanhada de batata roesti.
Outro restaurante famoso por suas ligações com a arte em Zurique, o Gran Café Odeon, fica perto do Kronenhalle. Talvez por isso tenha servido de refúgio para alguns dos mesmos artistas que batiam ponto por lá, como o escritor irlandês James Joyce. Além de ser o primeiro bar a servir champanhe em taças, foi nos mesmos banquinhos de couro vermelho, hoje disputados pelos turistas, que se encontravam Hugo Ball e Augusto Giacometti, integrantes do movimento dadaísta.
Assim como o Kronenhalle, o Gran Café Odeon desfila artistas e personalidades, algumas controversas, em sua lista de clientes notáveis. Entre os frequentadores mais famosos do bar estilo art nouveau estão o Nobel da física Albert Einstein, Lenin, Josef Stalin e Benito Mussolini
Perto dali, fica o Cabaret Voltaire, fundado em 1916 por Hugo Ball e sua esposa Emmy Hennings para marcar o início do movimento dadaísta. Junto aos jovens Hans Arp, Tristan Tzara e Marcel Janco, o casal criou o clube. O grupo de jovens franceses e alemães estava refugiados na Suíça para evitar uma convocação para a Primeira Guerra Mundial. Cerca de cinco anos depois o movimento artístico se dissolveu, mas o bar ainda existe até hoje e funciona como um centro cultural dedicado à memória do dadaísmo em Zurique.
Kunsthaus: Giacommetti e Picasso
Além de dezenas de galerias de artes, Zurique oferece mais de 50 opções de museus espalhados pela cidade. Se você só tiver tempo de visitar um deles, uma sugestão é o Kunsthaus, uma instituição particular que reúne desde obras do século XV até arte contemporânea. O Museu de Arte Moderna de Zurique fica na Heimplatz, no Centro Antigo da cidade.
Prestes a completar cem anos, o Kunsthaus prepara uma grande exposição de Pablo Picasso. A mostra, que poderá ser vista de 15 de outubro até 30 de janeiro de 2011, vai relembrar a primeira retrospectiva do artista, realizada no museu em 1932, e que teve o próprio Picasso como curador. A exposição vai reunir 60 dos principais trabalhos que foram escolhidos por ele na época, e a ideia é tentar reconstruir a mostra da forma que foi pensada.
Logo na entrada do museu é possível ter uma ideia do que vamos encontrar no acervo permanente de mais de quatro mil obras. A "Porta do inferno", de Auguste Rodin, decora o pátio ao lado de outras esculturas de artistas como Henry Moore e Jaques Lipchitz. Entre os destaques da coleção do Kunsthaus estão 150 esculturas de Alberto Giacometti, a maior coleção de trabalhos do artista no acervo de um museu. Nas pinturas, uma das atrações é um dos últimos quadros pintados por Vincent van Gogh. Na última carta que o pintor enviou ao seu irmão Theo, três dias antes de cometer suicídio, ele fez um rascunho da obra.
RESTAURANTES
Cabaret Voltaire: Spiegelgasse 1. Tel. (41 43) 268-5720. www.cabaretvoltaire.ch
Gran Café Odeon: Limmatquai 2.Tel. (41 44) 251-1650. www.odeon.ch
Kronenhalle: Rämistrasse 4. Tel. (41 44) 262-9900. www.kronenhalle.com
PASSEIOS
Kunsthaus: A entrada para o Museu de Arte Moderna custa 14 francos suíços (cerca de US$ 13). Heimplatz 1. Tel. (41 44) 253-8484. www.kunsthaus.ch
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