sexta-feira, maio 15, 2009

Rio Grande do Sul é incapaz de reter os acervos de Mário Quintana e Erico Verissimo

Reproduzo texto do qual concordo em grande parte:


Vergonha, suprema vergonha para os gaúchos, que se auto-intitulam dos mais cultos e politizados do Brasil. Pois não é que estão indo embora do Estado os acervos do escritor Érico Veríssimo e do poeta Mário Quintana? É melhor que seja assim, porque estão sendo levados para o Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, onde serão bem cuidados. O acervo de Érico Veríssimo estava na PUC do Rio Grande do Sul. Seu filho autorizou a ida para o Rio de Janeiro.

Podia ele ir junto e ficar no museu. A pretensão cultural do Rio Grande do Sul se resume à criação de casas de cultura. Ninguém dá dois passos na área do grande centro de Porto Alegre sem topar com um centro de cultura a cada dois metros. Mas os acervos são grandes porcarias, muito limitados. Uma das maiores preciosidades está localizada em uma maravilhosa casa colonial, na rua João Alfredo, o Museu Joaquim Felizardo. Pois lá existe o único retrato pintado a óleo do fundador de Porto Alegre. Trata-se do militar português Manoel Jorge Gomes de Sepúlveda, mandado para o Brasil, em fuga, com o nome falso de José Marcelino de Figueiredo, por ter matado em duelo um capitão escocês, John McDonald, em Lisboa. O rei Dom José 1º mandou por escrito que seu nome verdadeiro fosse preservado como alto segredo de Estado. Esse homem, que fundou Porto Alegre, em um ponto estratégico, que impedia o ingresso dos espanhóis no território gaúcho, é responsável pela constituição geográfica atual do território do Brasil. Pois Porto Alegre lhe dedicou em homenagem apenas uma ruela de duas quadras, entre o portão central do porto e a Praça da Alfândega. Para essa ruela não dá a porta de nenhum edifício. Não há numeração nessa ruela, portanto. Também não há nenhum telefone registrado nesse endereço. Ninguém sabe quem foi Manoel Jorge Gomes de Sepúlveda, ou seu pseudônimo, José Marcelino de Figueiredo. Se Porto Alegre e os porto-alegrenses não têm o mínimo apreço por seu fundador, por que deveriam ter pelos acervos de Érico Veríssimo e Mário Quintana? Érico Veríssimo costumava se orgulhar dizendo que era de uma cidade que tinha uma orquestra sinfônica. Agora os porto-alegrenses poderão se orgulhar dizendo que mandaram para o Rio de Janeiro o seu acervo. Êta gente culta, sô.....

Fonte: VideVersus

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